A iluminação da fachada do Congresso Nacional na cor vermelha, ocorrida em 28 de maio de 2024, não apenas embeleza a imponente estrutura, mas também carrega uma mensagem poderosa em apoio ao Dia Internacional da Dignidade Menstrual. Este evento, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), busca dar visibilidade à educação menstrual e ressaltar a importância de atitudes positivas em relação a esse processo natural que afeta milhões de mulheres ao redor do mundo. Neste artigo, exploraremos a relevância dessa data, o impacto da pobreza menstrual, e a importância de iniciativas que promovem a dignidade menstrual no Brasil e globalmente.
A importância do Dia Internacional da Dignidade Menstrual
O Dia Internacional da Dignidade Menstrual não é apenas uma comemoração; é um chamado à ação para que se rompa o silêncio que ainda envolve a menstruação. Este dia, celebrado em mais de 50 países, visa sensibilizar a sociedade sobre os desafios enfrentados por muitas mulheres e meninas em relação à menstruação. A pobreza menstrual se manifesta em diversas formas, incluindo a falta de acesso a produtos de higiene, conhecimento sobre cuidados adequados e infraestrutura de saúde.
Quando falamos da menstruação, no entanto, não estamos apenas abordando um aspecto biológico. Estamos lidando com questões mais amplas de saúde pública, igualdade de gênero, educação e direitos humanos.
Em muitas partes do mundo, a cultura do silêncio em torno da menstruação perpetua estigmas e tabus, o que contribui para a exclusão social e econômica de mulheres e meninas. A зачастую falta de acesso a informações e produtos menstruais pode levar a consequências sérias, como a interrupção da educação de meninas, que se vêem forçadas a faltar à escola durante seus períodos menstruais. Essa realidade é alarmante e precisa ser abordada com urgência.
Congresso ganha iluminação na cor vermelha em apoio ao Dia Internacional da Dignidade Menstrual – Notícias
O gesto simbólico de iluminar o Congresso Nacional em vermelho é mais do que uma manifestação estética; trata-se de um ato de solidariedade e apoio às mulheres. A iniciativa, que surgiu a partir de um pedido das deputadas Benedita da Silva e Tabata Amaral, e do senador Alessandro Vieira, busca chamar a atenção para a necessidade de políticas concretas que garantam a dignidade menstrual a todas as pessoas que menstruam.
Essas ações são fundamentais para que a sociedade compreenda que a menstruação é uma parte natural da vida e que o acesso a produtos de higiene deve ser considerado um direito básico. No contexto atual, onde as desigualdades sociais são evidentes, a luta pela dignidade menstrual deve ser intensa e permanente.
Pobreza menstrual: um desafio social
A pobreza menstrual pode ser descrita como a falta de acesso a produtos menstruais, bem como a falta de conhecimento adequado sobre a menstruação e a saúde reprodutiva em geral. Esse problema afeta especialmente mulheres em situação de vulnerabilidade, como aquelas que vivem em áreas de baixa renda, as que estão em situação de rua e aquelas privadas de liberdade. Essas populações, muitas vezes, enfrentam dificuldades não apenas para acessar itens básicos de higiene, mas também para obter informações sobre cuidados menstruais saudáveis.
E as consequências não são apenas físicas; a saúde mental das mulheres e meninas que enfrentam essa realidade também é impactada. O estigma relacionado à menstruação e a insegurança em relação à higiene podem levar a sentimentos de vergonha e isolamento, dificultando a participação plena na sociedade.
Políticas públicas e ações concretas
Diante desse cenário, a implementação de políticas públicas que garantam o acesso a produtos de higiene menstrual é crucial. A recente Lei 14.214/21, que estabelece a distribuição gratuita de absorventes em farmácias populares para mulheres de baixa renda, é um passo importante. No entanto, é evidente que barreiras burocráticas ainda dificultam o acesso efetivo a esse benefício. É necessário que o governo e a sociedade civil trabalhem juntos para descomplicar esses processos e facilitar o acesso.
Além disso, a campanha realizada pela Câmara dos Deputados, que arrecadou mais de 8.600 absorventes, é um exemplo de como a solidariedade pode fazer a diferença. Essa ação não apenas fornece produtos essenciais, mas também eleva a conscientização sobre a dignidade menstrual e o apoio a instituições que atendem mulheres em situação vulnerável.
O legado do Dia Internacional da Dignidade Menstrual
O Dia Internacional da Dignidade Menstrual não é apenas uma data no calendário. Ele simboliza a luta contínua por direitos e dignidade para todas as mulheres e meninas que menstruam. Essa data foi estabelecida em 2014 na Alemanha e, desde então, se expande globalmente, contribuindo para a promoção de diálogos e a troca de conhecimento sobre saúde menstrual.
Celebrar essa data é reconhecer que a menstruação não deve ser um motivo de vergonha, mas sim um fenômeno natural que deve ser abordado com respeito e empatia. Envolver a sociedade nessa conversa é fundamental para a criação de um ambiente mais inclusivo e acolhedor, onde todas as necessidades menstruais sejam atendidas.
Questionamentos comuns e suas respostas
Quais são os principais objetivos do Dia Internacional da Dignidade Menstrual?
O principal objetivo é sensibilizar a sociedade para os desafios enfrentados por mulheres e meninas em relação à menstruação, promovendo o acesso a produtos de higiene e educação menstrual.
Como a pobreza menstrual afeta mulheres em situação de vulnerabilidade?
Ela impede o acesso a produtos de higiene adequados, prejudica a saúde mental e a autoestima, e pode levar à interrupção de atividades cotidianas, como a educação.
Que ações concretas o governo está tomando para combater a pobreza menstrual?
Entre as iniciativas estão a Lei 14.214/21 que garante a distribuição de absorventes nas farmácias populares, além de campanhas de arrecadação e doações a instituições que atendem mulheres em situação de vulnerabilidade.
Qual o impacto da iluminação do Congresso Nacional em vermelho sobre a conscientização do tema?
Esse gesto simboliza apoio e solidariedade à luta por dignidade menstrual, ajudando a trazer à tona a importância do tema em um espaço de grande visibilidade social.
Como as pessoas podem contribuir para promover a dignidade menstrual na sociedade?
As pessoas podem participar de campanhas de arrecadação, apoiar organizações que trabalham com o tema, e, principalmente, quebrar tabus ao discutir abertamente sobre a menstruação e seus desafios.
Quais são as consequências de não abordar a pobreza menstrual?
Ignorar esse problema perpetua estigmas e desigualdades, resultando em mais mulheres e meninas fora da escola, além de agravar problemas de saúde física e mental.
Uma reflexão necessária
A iluminaçã o do Congresso Nacional na cor vermelha em apoio ao Dia Internacional da Dignidade Menstrual é apenas o início de um caminho que deve ser trilhado com determinação e compromisso. A visibilidade dada a essa questão é um passo fundamental, mas é preciso que se converta em ações concretas e eficazes.
À medida que avançamos na luta pela dignidade menstrual, a educação, a empatia e a solidariedade serão nossas maiores aliadas. A menstruação é parte da vida de bilhões de pessoas e deve ser tratada com respeito e dignidade. Todos temos um papel a desempenhar nessa jornada, seja por meio da conscientização, seja através do apoio a políticas que garantam a dignidade menstrual.
Existem muitos desafios a serem superados, mas a luz vermelha que agora brilha no Congresso Nacional ilumina nosso caminho em direção a um futuro mais justo, onde todas as mulheres possam viver suas menstruações com dignidade e respeito. É um processo que precisa do apoio de cada um de nós, porque quando uma mulher se levanta por seus direitos, toda a sociedade se torna mais forte.
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Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.