Em 28 de maio, comemora-se o Dia Mundial da Dignidade Menstrual, uma data reconhecida em mais de 50 países. O objetivo é debater e combater a pobreza menstrual, uma questão que impacta significativamente a vida das pessoas que menstruam e promover a saúde da mulher ao destacar iniciativas de combate à pobreza menstrual.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu essa data para conscientizar sobre o problema e estimular governos, mídia, organizações, comunidades e indivíduos a apoiarem a Dignidade Menstrual. O dia 28 representa os 28 dias do ciclo menstrual e o mês de maio indica os 5 dias médios de duração do período menstrual.
A falta de acesso a produtos de higiene menstrual é uma realidade para muitas mulheres e meninas brasileiras em situação de vulnerabilidade, o que expõe a sua saúde física e mental. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada quatro meninas no Brasil falta à escola durante o período menstrual. Além disso, 32% das jovens de 14 a 24 anos afirmaram não ter dinheiro para comprar absorventes. As mulheres enquadradas nos 5% mais pobres do país precisariam trabalhar quatro anos apenas para comprar absorventes.
Para lidar com essa questão, foi lançada em março de 2024 uma campanha pelo governo do presidente Lula, chamada “Programa Dignidade Menstrual: um ciclo de respeito”. Este programa garante a distribuição gratuita de absorventes pelo SUS para a população entre 10 e 49 anos que se encontra abaixo da linha da pobreza, mediante cadastro no CadÚnico, através da Farmácia Popular.
O programa beneficia todas as pessoas que menstruam, sejam elas mulheres cisgênero, homens trans, pessoas transmasculinas, pessoas não binárias ou intersexo. A data serve como um alerta para a vulnerabilidade social das mulheres, destacando a importância da higiene e da saúde nesse contexto.
O Programa Dignidade Menstrual do Governo Federal já distribuiu cerca de 1.737.061 absorventes para aproximadamente 24 milhões de pessoas beneficiadas entre 10 e 49 anos, que se enquadram nos critérios estabelecidos. Para ter acesso aos absorventes gratuitos, basta procurar uma farmácia credenciada pelo Programa Farmácia Popular do Brasil e apresentar a autorização do Programa, juntamente com documento de identificação oficial.
Se encontrar dificuldades, é possível buscar ajuda em postos de saúde ou Centros de Referência da Assistência Social. A falta de acesso a absorventes pode resultar em problemas de saúde, ausências na escola ou no trabalho, como infecções urinárias e cistites. O Programa visa não apenas fornecer absorventes, mas também garantir a dignidade e a saúde das pessoas que menstruam.
Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.