Campanha de arrecadação de absorventes é prorrogada até maio em Roraima
A pobreza menstrual é um tema que, embora essencial, ganha cada vez mais destaque, especialmente quando se trata de ações que promovem a dignidade e a saúde de meninas e mulheres em situações vulneráveis. Recentemente, a campanha “Adote um Ciclo”, promovida pelo Instituto Ela – Educadoras do Brasil, em colaboração com o Instituto Yduqs e várias instituições de ensino superior, teve sua prorrogação até o dia 10 de maio. Através dessa iniciativa, busca-se arrecadar absorventes e garantir o acesso a itens de higiene, vital para a vida das mulheres.
A Importância da Campanha
O impacto da pobreza menstrual não é apenas uma questão de saúde, mas está intimamente ligado à educação, autoestima e dignidade das mulheres. Muitas garotas enfrentam a realidade de não ter acesso a absorventes e, como resultado, se veem obrigadas a faltar aulas ou até a abandonar a escola. Tal situação não pode ser ignorada, pois afeta o futuro delas e a igualdade de gênero. A campanha “Adote um Ciclo” tem se mostrado um passo significativo na busca por mudar essa realidade.
Por meio da mobilização de estudantes, professores e da comunidade local, a campanha está ganhando força, especialmente em Roraima. O Centro Universitário Estácio da Amazônia, por exemplo, atua como ponto de coleta das doações, que podem ser feitas tanto no campus quanto em locais como o Instituto Euvaldo Lodi, Sebrae Roraima, e Assembleia Legislativa. Essas parcerias amplificam ainda mais o alcance da campanha, permitindo que um número maior de pessoas participe desse movimento de solidariedade.
Como Contribuir com a Campanha de arrecadação de absorventes é prorrogada até maio em Roraima
Além das doações físicas de absorventes, é possível contribuir financeiramente através do site do Instituto Yduqs. Esse suporte é fundamental não apenas para a aquisição dos itens, mas também para garantir que a mensagem sobre a importância da dignidade menstrual chegue a um público mais amplo. Através dessas doações, a campanha busca não apenas suprir necessidades básicas, mas também educar a sociedade sobre a importância de discutir e abordar a menstruação como um aspecto natural da vida, e não um tabu.
Impacto da Pobreza Menstrual
A pobreza menstrual é um fenômeno que afeta milhões de mulheres ao redor do mundo, e o Brasil não é exceção. De acordo com um relatório do UNICEF e do UNFPA, mais de 713 mil meninas no Brasil vivem sem acesso a banheiros adequados em suas residências e mais de 4 milhões não conseguem obter itens básicos de higiene nas escolas. Isso representa uma violação dos direitos de meninas e mulheres, uma vez que a menstruação, um fenômeno natural, se torna um obstáculo significativo para muitas.
A socióloga Kenia Kemp, docente da Wyden, salienta que a pobreza menstrual é um reflexo das desigualdades sociais, impactando diretamente a educação e a autoestima das meninas. A falta de acesso a produtos de higiene pode levar a sentimentos de vergonha e exclusão, desta forma, ressaltando a necessidade de campanhas como a “Adote um Ciclo”.
A médica ginecologista e obstetra, Giovanna Milan, também destaca que a menstruação não deve ser um obstáculo à dignidade das mulheres. É essencial trazer essa discussão para o ambiente universitário e social, contribuindo para a formação de profissionais mais conscientes e preparados para lidar com essa questão.
Ações Educativas e Cidadania
Desde a sua criação, a campanha “Adote um Ciclo” já beneficiou milhares de mulheres em situação de vulnerabilidade. As fundadoras do Instituto Ela, Sandra Garcia e Sonia Colombo, ressaltam que o projeto vai além da simples doação de absorventes; ele é um fortalecimento da causa da dignidade menstrual e da igualdade de gênero. A campanha promove um compromisso social que engaja não apenas as instituições parceiras, mas também a população em geral, criando um ciclo de solidariedade.
Este ano, alunos e alunas das instituições de ensino estão ativamente envolvidos nas ações da campanha, permitindo uma troca rica de experiências e aprendizado. Essa interação não só promove a conscientização sobre o assunto, mas também inspira jovens a se tornarem agentes de mudança em suas comunidades. A presidente do Instituto Yduqs, Claudia Romano, reforça que a pobreza menstrual é um desafio que requer a união de esforços de todos nós.
Avanços Legais e Ações no Senado
Outro aspecto importante que envolve a campanha é a crescente atenção que o tema ganhou no Congresso Nacional. O projeto de lei 4968/2019, que visa promover a saúde menstrual no Brasil, foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos. A proposta, que surgiu a partir de uma mobilização popular, conta com mais de 20 mil apoios e busca garantir o acesso gratuito a absorventes para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de vulnerabilidade.
A professora de Direitos Humanos do Ibmec, Adriana Ramos, enfatiza que a promulgação da Lei 14.214/2021 representa um marco importante na promoção da dignidade humana e da equidade social. A iniciativa é vital para assegurar que todas as mulheres, independentemente de sua condição econômica, tenham acesso a produtos de higiene menstrual.
Perguntas Frequentes
Como posso participar da campanha de arrecadação de absorventes em Roraima?
Você pode participar fazendo doações de absorventes em pontos de coleta, como o Centro Universitário Estácio da Amazônia, ou contribuindo financeiramente através do site do Instituto Yduqs.
Qual o objetivo da campanha “Adote um Ciclo”?
O objetivo é arrecadar absorventes para promover a dignidade menstrual de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade.
Até quando a campanha estará ativa?
A campanha foi prorrogada até o dia 10 de maio.
Quais instituições estão envolvidas na campanha?
As instituições envolvidas incluem o Instituto Ela, o Instituto Yduqs, Estácio, Ibmec, IDOMED e Wyden, juntamente com várias instituições locais.
O que a pobreza menstrual representa para as meninas e mulheres?
A pobreza menstrual representa uma violação de direitos e impacta negativamente a educação, a autoestima e a dignidade de muitas mulheres e meninas.
Por que é importante discutir a menstruação?
Discutir a menstruação ajuda a desmistificar o tema, atacar tabus e proporcionar uma melhor compreensão do que muitas mulheres enfrentam, promovendo a conscientização e a empatia.
Conclusão
A prorrogação da “Campanha de arrecadação de absorventes é prorrogada até maio em Roraima” é um convite à ação. É uma oportunidade para todos nós refletirmos sobre o impacto da pobreza menstrual e como podemos contribuir para a mudança. Por meio da arrecadação de absorventes e doação, ações educativas e reformas legais, estamos dando passos significativos para promover um futuro mais igualitário e digno para todas as mulheres. Cada gesto conta e, juntos, podemos transformar a realidade de muitas mulheres em vulnerabilidade.
Com o apoio de legislações mais robustas e a conscientização crescente da sociedade, a dignidade menstrual pode se tornar uma realidade para todas. É hora de nos unirmos e fazer a diferença!

Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.