Comissão aprova projeto que inclui vítimas de catástrofes climáticas em programa de saúde menstrual


A aprovação do Projeto de Lei 1621/24 pela Comissão dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados representa um avanço significativo na busca pela dignidade menstrual, especialmente para grupos vulneráveis. Este projeto, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), visa incluir mulheres em situação de calamidade pública e vítimas de catástrofes climáticas no Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Essa proposta, que altera a Lei 14.214/21 — que já institui um programa de distribuição de absorventes para mulheres e estudantes em situações de vulnerabilidade — reafirma a importância de garantir acesso a itens essenciais de higiene e saúde em momentos de crise.

É notório que as crises climáticas têm efeitos desproporcionais sobre as populações mais vulneráveis, em particular sobre as mulheres e meninas, que enfrentam desafios acrescentados durante e após desastres naturais. O projeto destaca a necessidade de reconhecer essas desigualdades e a urgência em articular políticas públicas que garantam a saúde e a dignidade menstrual nesses contextos.

Contexto da Crise Climática e sua Relação com a Saúde Menstrual

Historicamente, eventos climáticos extremos, como as inundações e tempestades que afetaram o estado do Rio Grande do Sul em abril e maio de 2023, evidenciaram a fragilidade das populações. As consequências dessas catástrofes não se limitam apenas à destruição física, mas também incluem uma série de implicações sociais e de saúde, que necessitam de atenção imediata.



Durante crises, muitas mulheres e meninas estão expostas à falta de acesso a produtos de higiene menstrual, o que pode comprometer sua saúde e dignidade. É fundamental que a legislação não apenas reconheça, mas atenda a essas necessidades. A relatora do projeto, deputada Maria Arraes (Solidariedade-PE), enfatizou que a legislação deve ser suficientemente abrangente para lidar com as demandas que surgem em situações climáticas extremas.

Além disso, dados do UNICEF ressaltam a disparidade no acesso a itens de higiene. Segundo uma pesquisa da plataforma U-Report, 19% dos participantes relataram não ter dinheiro para adquirir absorventes, e 37% enfrentam dificuldades em acessar esses produtos em escolas ou espaços públicos. Essa realidade é ainda mais perversa em situações de calamidade, onde as prioridades tendem a ser outras, porém a saúde menstrual deve ser uma preocupação constante.

Detalhes do Projeto de Lei 1621/24

O Projeto de Lei 1621/24 pretende, portanto, garantir que mulheres em situações de calamidade tenham acesso a produtos essenciais para a saúde menstrual. Ao incluir vítimas de catástrofes climáticas no programa de saúde menstrual, o projeto busca efetivar os direitos das mulheres em vulnerabilidade, promovendo não apenas a saúde física, mas também a dignidade e autoestima.

Erika Hilton expressou sua satisfação com a aprovação do projeto, ressaltando a importância da dignidade menstrual como um direito humano. Em suas redes sociais, ela frisou que o Programa de Promoção da Saúde Menstrual é vital para pessoas em situações de pobreza e vulnerabilidade.


Impacto e Expectativas Futuras do Projeto

As expectativas em torno desse projeto são altas. Se aprovado nas próximas etapas das discussões nas comissões, ele será um marco na proteção da dignidade menstrual, especialmente em tempos de crise. O projeto está em fase conclusiva e precisa passar por mais três comissões antes de ser votado pela Câmara e pelo Senado.

A ação da comissão não é apenas uma resposta a um problema emergente, mas um passo importante em direção à equidade de gênero nas políticas públicas. A saúde menstrual deve ser uma parte integral do debate sobre direitos humanos, e a inclusão de vítimas de catástrofes climáticas nesse programa é um reconhecimento do impacto profundo que essas situações têm em diversas dimensões da vida das mulheres.

Comissão Aprova Projeto que Inclui Vítimas de Catástrofes Climáticas em Programa de Saúde Menstrual

Nos últimos anos, a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos têm levado a uma maior conscientização sobre os impactos das crises climáticas nas populações vulneráveis. Essa questão é particularmente crítica no que se refere à saúde menstrual, um aspecto frequentemente negligenciado em discussões mais amplas sobre saúde pública e assistência social.

As condições inseguras e a falta de privacidade em abrigos temporários ou comunidades afetadas dificultam ainda mais o acesso a produtos de higiene. Sem uma abordagem holística, que considere as necessidades específicas de mulheres e meninas, é impossível promover uma recuperação efetiva e digna.

A ação da Comissão dos Direitos da Mulher ao aprovar esse projeto é um reconhecimento da intersecção entre saúde, gênero e meio ambiente. A instituição de medidas que garantam a saúde menstrual deve ser uma prioridade nas políticas de resposta a desastres, possibilitando não apenas a sobrevivência imediata, mas também a dignidade a longo prazo.

Questões Frequentes

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Por que a saúde menstrual é tão importante em situações de calamidade?

A saúde menstrual é uma questão de dignidade e saúde. Durante crises, a falta de acesso a produtos menstruais pode afetar a recuperação e o bem-estar de mulheres e meninas, exacerbando a vulnerabilidade social.

Como a aprovação do PL 1621/24 vai ajudar na vida das mulheres afetadas por desastres naturais?

O projeto assegura que mulheres em situação de calamidade receberão produtos essenciais de higiene menstrual, contribuindo para manter sua saúde e dignidade em tempos de crise.

Qual é a composição do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual?

O programa contempla a distribuição de absorventes e informações sobre saúde menstrual, assegurando que todas as mulheres recebam apoio durante épocas de vulnerabilidade.

O que podemos fazer enquanto sociedade para apoiar iniciativas como esta?

Apoiar projetos de lei e campanhas que promovam a saúde menstrual é essencial. Além disso, aumentar a conscientização sobre a dignidade menstrual e seu impacto nas comunidades é fundamental.

Quais são os próximos passos para a aprovação do projeto?

O projeto agora será analisado em caráter conclusivo por mais três comissões antes de ser votado pela Câmara e pelo Senado, onde deve receber mais debates e análises.

Como a inclusão de vítimas de calamidades climáticas no programa de saúde menstrual contribui para a equidade de gênero?

Essa inclusão ajuda a garantir que a assistência a mulheres em situações críticos leve em conta as disparidades enfrentadas por elas, promovendo justiça social e direitos humanos.

Conclusão

A aprovação do Projeto de Lei 1621/24 pela Comissão dos Direitos da Mulher representa um enorme passo em direção à igualdade e dignidade para mulheres em situações de calamidade pública. Ao incluir vítimas de desastres climáticos no Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, estamos não apenas atendendo uma necessidade imediata, mas construindo um futuro mais justo e inclusivo.

É fundamental que essa discussão se amplie e que a sociedade civil se envolva ativamente, apoiando políticas que promovam a saúde e a dignidade de todas as pessoas. Afinal, a dignidade menstrual deve ser um direito garantido a todos, independentemente das circunstâncias.