O prédio do Congresso Nacional, um dos símbolos mais reconhecidos do Brasil, ganhou uma tonalidade vermelha nos dias 30 e 31 de maio de 2025. Esta ação foi parte de uma iniciativa especial que visa sensibilizar a população sobre o Dia Internacional da Dignidade Menstrual. Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), este dia tem como objetivo primordial aumentar a conscientização sobre a educação menstrual e promover uma abordagem positiva em relação à menstruação. O pedido para a iluminação avermelhada partiu da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), um passo importantíssimo em direção à maior visibilidade de um tema muitas vezes ignorado.
A pobreza menstrual é uma realidade que impressiona e preocupa. Trata-se da falta de condições adequadas para lidar com a menstruação, que é um fenômeno biológico natural. Muitas pessoas em situação de vulnerabilidade—como aquelas que vivem nas ruas ou as mulheres privadas de liberdade—enfrentam uma verdadeira batalha diária para encontrar acesso a produtos e informações sobre cuidados menstruais. A necessidade de implementar ações e políticas de saúde adequadas é uma questão de urgência para garantir que todas as mulheres que menstruam tenham seus direitos respeitados.
Objetivos do Dia Internacional da Dignidade Menstrual
A importância do Dia Internacional da Dignidade Menstrual não pode ser subestimada. Este dia tem um amplo escopo que vai além da mera conscientização. Ele busca promover a eliminação do estigma associado à menstruação e incentivar o diálogo sobre um assunto que, muitas vezes, é considerado tabu em diversas culturas ao redor do mundo.
Além disso, o dia serve como uma plataforma para educar tanto homens quanto mulheres sobre a menstruação, enfatizando que é uma parte natural da vida. A falta de educação sobre este tema pode levar a desinformação e preconceitos, perpetuando a ideia de que o ciclo menstrual é algo vergonhoso ou sujo. Portanto, a sensibilização nesse sentido é fundamental.
A Pobreza Menstrual no Brasil
No Brasil, a pobreza menstrual é um problema grave e precisa de atenção. Muitas mulheres e pessoas menstruantes não têm acesso a produtos de higiene adequados devido a limitações financeiras. Dados indicam que uma parte significativa da população enfrenta dificuldades para comprar itens básicos como absorventes, o que pode resultar em sérios problemas de saúde. Sem acesso a materiais apropriados, muitas pessoas recorrem a soluções improvisadas que podem ser prejudiciais, como jornais, pedaços de pano ou outros materiais inadequados.
A situação é ainda mais crítica entre grupos vulneráveis, como mulheres em situação de rua e aquelas privadas de liberdade. A falta de condições sanitárias adequadas agrava o quadro, tornando essa população ainda mais suscetível a doenças e problemas de saúde. Assim, é claro que é essencial um esforço conjunto para implementar políticas que garantam não só a distribuição de produtos, mas também educação e informação sobre cuidados menstruais.
Distribuição Gratuita de Absorventes
Uma das iniciativas que visa combater a pobreza menstrual no Brasil é a Lei 14.214/21, que estabelece a distribuição gratuita de absorventes em farmácias populares para mulheres de baixa renda ou em condição de rua. Essa lei é um marco importante, mas mesmo assim enfrenta barreiras burocráticas que dificultam o acesso a esse benefício.
Muitas mulheres que se beneficiariam da lei ainda não conseguem acessar os produtos nos locais designados. É necessário um grande esforço para superar essas barreiras, que vão desde a falta de informação até a dificuldade em encontrar farmácias populares que realmente disponibilizem os produtos. Para garantir que a lei funcione efetivamente, é fundamental que haja uma fiscalização adequada e que as autoridades responsabilizem-se por sua implementação.
A Campanha pela Dignidade Menstrual
A Câmara dos Deputados tem tomado medidas ativas para promover a dignidade menstrual através de campanhas e iniciativas. A 2ª Campanha pela Dignidade Menstrual, que ocorreu entre março e abril de 2025, arrecadou milhares de absorventes que foram doados a cinco instituições voltadas ao atendimento de mulheres em situações social e econômica difíceis. Este tipo de ação demonstra que há um movimento crescente para lidar com a questão da pobreza menstrual e que a sociedade civil está engajada em fazer a diferença.
Essas campanhas são cruciais não apenas pelo que proporcionam, mas também pelo que representam: um reconhecimento de que a menstruação é parte da vida e não deve ser um obstáculo para a dignidade ou a saúde das mulheres. Através da solidariedade, o Brasil começa a dar passos importantes nesse sentido.
História do Dia Internacional da Dignidade Menstrual
A celebração do Dia Internacional da Higiene Menstrual começou em 2014 na Alemanha e ocorre anualmente em 28 de maio. Desde sua criação, a data conquistou um espaço significativo em mais de 50 países, colocando em evidência a necessidade de conhecer e acessar itens de higiene menstrual. Mais do que isso, destaca-se a luta para que todas as pessoas menstruantes tenham suas necessidades atendidas.
A criação desse dia foi o resultado de um esforço conjunto de diversas organizações que reconhecem a crise que a pobreza menstrual representa. Através de campanhas educacionais e iniciativas de arrecadação, o movimento busca fortalecer os direitos das mulheres e garantir que questões de saúde menstrual sejam levadas a sério pelas autoridades.
Impacto da Conscientização e Educação
Uma abordagem educativa é vital para mudar a percepção da sociedade sobre a menstruação. Ao promover a educação menstrual, buscamos não apenas informar, mas também desestigmatizar. A educação é uma ferramenta poderosa que pode ajudar a desconstruir mitos e preconceitos que cercam o tema, permitindo que pessoas menstruantes se sintam mais confortáveis para buscar assistência e compartilhar suas experiências.
Programas educativos nas escolas, por exemplo, podem introduzir questões sobre saúde menstrual desde cedo, ajudando crianças e adolescentes a compreender a importância do autocuidado e a normalizar o ciclo menstrual em suas vidas. Essa abordagem pode criar uma nova geração que não se sente envergonhada por sua condição biológica, o que terá efeitos positivos a longo prazo.
A Relevância da Iluminação do Congresso Nacional
A iluminação do Congresso Nacional em vermelho é uma estratégia visual forte que visa chamar a atenção não apenas de legislações, mas também da população. A cor vermelha é comumente associada à menstruação e à luta pelos direitos das mulheres. Essa ação simbólica reforça a importância do diálogo e da visibilidade sobre a dignidade menstrual, promovendo um espaço de discussão onde as vozes das pessoas afetadas por essa questão possam ser ouvidas.
Além disso, iniciativas como essa também têm o potencial de mobilizar a sociedade civil. Ao fazer com que essas questões sejam visíveis, a população pode ser incentivada a participar ativamente de campanhas e movimentos, ajudando a criar uma rede de suporte para quem precisa.
Congresso recebe iluminação vermelha em apoio ao Dia Internacional da Dignidade Menstrual – Notícias
O evento não se limita apenas à iluminação física do Congresso, mas simboliza um movimento em direção à mudança sustentável. Em uma sociedade que ainda enfrenta desigualdades significativas, é fundamental que as ações em nível institucional reflitam as necessidades e os direitos das pessoas menstruantes.
As ocorrências de discriminação e desinformação ainda persistem, e compromissos visíveis como esse são passos importantes para inspirar mudanças de comportamento e políticas públicas eficazes. Além disso, é um lembrete de que é preciso trabalhar juntos—governos, organizações e sociedade—para garantir que a dignidade e os direitos de todas as pessoas menstruantes sejam respeitados.
Perguntas Frequentes
Como posso ajudar a combater a pobreza menstrual?
Existem várias formas de contribuir, como participar de campanhas de arrecadação de itens de higiene menstrual ou doar para instituições que apoiam mulheres em situação de vulnerabilidade.
Qual é a importância da educação menstrual nas escolas?
A educação menstrual ajuda a criar um espaço onde os jovens podem aprender sobre saúde e autocuidado, desmistificando a menstruação e promovendo um entendimento saudável sobre o tema.
Como funciona a Lei 14.214/21?
A lei exige que farmácias populares ofereçam absorventes gratuitos para mulheres de baixa renda ou em situação de rua. Contudo, ainda há barreiras que dificultam seu acesso.
O que é o Dia Internacional da Dignidade Menstrual?
É uma data comemorativa que visa aumentar a conscientização sobre a menstruação e promover a dignidade menstrual, criado pela Organização Mundial da Saúde.
Como a sociedade pode ajudar a reduzir o estigma em torno da menstruação?
Promovendo diálogos abertos e criando espaços seguros para discutir a menstruação, além de apoiar iniciativas que visam desestigmatizar o tema.
Por que é importante a iluminação do Congresso Nacional nessa data?
É uma maneira de chamar a atenção para a questão da dignidade menstrual, simbolizando o compromisso do governo em abordar problemas relacionados à saúde menstrual e aos direitos das mulheres.
Conclusão
A iluminação do Congresso Nacional em vermelho para o Dia Internacional da Dignidade Menstrual é uma peça chave em um quebra-cabeça maior. Trata-se de um passo significativo em direção à qualidade de vida e ao resgate da dignidade das pessoas menstruantes no Brasil. Mudanças acontecem lentamente, mas com esforço coletivo e contínuo, é possível fomentar um ambiente onde todas as pessoas tenham suas necessidades atendidas e onde a menstruação seja vista como o que realmente é: um aspecto normal da vida humana.
O caminho ainda está repleto de desafios. Contudo, iniciativas e campanhas como essa têm o potencial de catalisar mudanças necessárias para erradicar a pobreza menstrual e garantir que a dignidade menstrual seja uma realidade para todos. A conscientização é apenas o começo, e agora mais do que nunca, precisamos agir.
Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
