Instituto Yduqs e Instituto Ela arrecadam absorventes para combater a pobreza menstrual

Até o dia 25 de abril de 2025, o Instituto Yduqs, em parceria com o Instituto Ela – Educadoras do Brasil, realiza uma significativa campanha chamada “Adote um Ciclo”. Essa iniciativa se destina a abordar a pobreza menstrual, um problema que, embora invisível para muitos, afeta milhares de mulheres no Brasil e no mundo. O objetivo da campanha é garantir dignidade às mulheres e minimizar os impactos da pobreza menstrual, que é caracterizada pela falta de acesso a itens básicos de higiene durante o período menstrual.

A pobreza menstrual vai muito além da simples falta de absorventes. Ela é um reflexo das desigualdades sociais que afetam a vida de dezenas de milhares de meninas e mulheres diariamente. A pesquisa realizada pelo UNICEF e UNFPA em 2021 revelou que 713 mil meninas brasileiras vivem em condições precárias, sem banheiro ou chuveiro em casa. Além disso, mais de 4 milhões de meninas não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Esses dados alarmantes nos fazem refletir sobre como a menstruação, um processo natural que ocorre com metade da população, é frequentemente tratada de forma inadequada e estigmatizada.

A voz das especialistas

As vozes de especialistas, como a socióloga e docente da Wyden, Kenia Kemp, ecoam a importância de ações como a “Adote um Ciclo”. Ela nos lembra que a pobreza menstrual não é apenas um problema de saúde pública, mas também um ciclo de exclusão que impacta diretamente a educação e a autoestima das jovens. Quando uma estudante deixa de ir à escola simplesmente por não ter condições de adquirir absorventes, isso significa que suas oportunidades futuras estão sendo comprometidas. A campanha, portanto, se torna um chamado à ação, uma maneira de conscientizar a sociedade e promover mudanças reais que atendam às necessidades dessas mulheres.

A médica ginecologista e obstetra, Giovanna Milan, também ressalta a urgência do tema. A falta de acesso a absorventes pode gerar graves problemas de saúde, além de comprometer a dignidade das mulheres. Essa questão não está apenas em se ter ou não um produto; é sobre respeito, dignidade e empoderamento. A visibilidade dada por campanhas nesse sentido é essencial para que as futuras gerações compreendam a relevância dessa discussão e seus impactos na sociedade.

A saúde como um ato de amor

Valéria Wanda Fonseca, professora do curso de Psicologia da Estácio, destaca que garantir a saúde menstrual das mulheres é um ato de amor. A adesão a essa campanha de doação de absorventes não é apenas uma ação simbólica, mas um gesto que acolhe mulheres em idade fértil que enfrentam dificuldades reais no dia a dia. Cada absorvente doado carrega um simbolismo profundo: é uma oportunidade para que essas mulheres não apenas superem desafios econômicos, mas também reafirmem sua dignidade.

É admirável notar que, ao longo de quatro anos de existência do projeto “Adote um Ciclo”, o número de instituições envolvidas e a quantidade de doações aumentaram. Sandra Garcia e Sonia Colombo, fundadoras do Instituto ELA, afirmam que parcerias como essas são fundamentais para fortalecer a luta pela igualdade de gênero e pela promoção da dignidade menstrual. Não se trata apenas de distribuir produtos; é sobre mobilizar a sociedade para um compromisso social mais profundo.

O poder da solidariedade na educação

A campanha, que começa a mobilizar as instituições de ensino, propõe uma recepção especial para os novos estudantes. Ao lado dos veteranos, eles se tornam protagonistas de uma ação que une solidariedade e conscientização. Essa integração entre as diferentes gerações de estudantes é um exemplo de como o empoderamento e a conscientização podem ser incorporados à cultura escolar. É uma chance de construir uma comunidade unida em torno de uma causa comum, promovendo a discussão sobre a saúde menstrual e as desigualdades sociais.

Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo educacional Yduqs, expressa seu orgulho em relação a essa iniciativa. Ela afirma que a pobreza menstrual é um desafio real que vai além da inserção social; ela atinge a educação e as oportunidades de vida das mulheres. A ideia de que ninguém deveria perder oportunidades por falta de acesso a um item tão básico como os absorventes é uma mensagem poderosa e necessária.

Como participar e fazer a diferença

Os centros universitários Estácio e UniFBV Wyden, localizados em Recife, incentivam estudantes, docentes e a comunidade local a participar da campanha através de doações. Para os interessados em contribuir, existem pontos de coleta disponíveis, onde é possível deixar os itens doados. Além disso, qualquer pessoa pode apoiar a campanha fazendo doações financeiras pelo site Ajudei.org, permitindo ao Instituto ELA adquirir os itens necessários. A mobilização não se limita às instituições; ela se estende à sociedade como um todo, enganjando todos na construção de um mundo mais justo.

Pobreza menstrual como questão pública

A luta contra a pobreza menstrual começou a ganhar reconhecimento também nos espaços legislativos. Uma iniciativa popular que reuniu mais de 20 mil apoiadores resultou na aprovação do projeto de Lei 4968/2019 pela Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH). Essa lei, que estabelece o Programa Nacional de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, representa um avanço na luta pela dignidade menstrual e pela promoção dos direitos das mulheres.

A promulgação da Lei 14.214/2021 é um marco importante na história da luta por direitos fundamentais. O acesso gratuito a absorventes para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de vulnerabilidade é uma medida indispensável para combater desigualdades e assegurar que essas mulheres possam viver de forma digna e exercer seus direitos básicos. Essa mudança legislativa não apenas promove a saúde das mulheres, mas também reflete um compromisso do Estado em atender às necessidades mais vulneráveis da população.

Instituto Yduqs e Instituto Ela arrecadam absorventes para combater a pobreza menstrual – Fique Sabendo PE

A campanha “Adote um Ciclo” é uma prova de que a união de esforços entre instituições acadêmicas e a sociedade civil pode trazer mudanças significativas para a vida de muitas mulheres. Quando falamos sobre Instituto Yduqs e Instituto Ela arrecadam absorventes para combater a pobreza menstrual, falamos de uma ação que não apenas visa a doação de produtos, mas também a conscientização sobre a importância do acesso à saúde menstrual como um direito humano.

As campanhas de arrecadação são vitais para garantir que meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade possam ter acesso a itens que garantam sua dignidade durante o período menstrual. A mensagem que fica é clara: é preciso fazer mais por aquelas que enfrentam dificuldades cotidianas, fornecendo não só absorventes, mas também solidariedade, apoio e educação.

Perguntas frequentes

Qual é o principal objetivo da campanha “Adote um Ciclo”?
O objetivo é combater a pobreza menstrual e garantir dignidade para mulheres que não têm acesso a itens básicos de higiene durante o período menstrual.

Como posso participar da campanha?
Você pode participar doando absorventes em pontos de coleta das instituições parceiras ou realizando doações financeiras pelo site Ajudei.org.

Quem é beneficiado diretamente pelas doações?
As doações são destinadas a instituições que apoiam mulheres em situação de vulnerabilidade, garantindo acesso a produtos de higiene menstrual.

Por que a pobreza menstrual é considerada uma questão de saúde pública?
A pobreza menstrual impacta diretamente a saúde e o bem-estar de mulheres, podendo resultar em graves problemas de saúde, além de comprometer a educação e oportunidades de emprego.

O que a legislação brasileira diz sobre a saúde menstrual?
A aprovação da Lei 14.214/2021 estabelece o Programa Nacional de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, garantindo acesso gratuito a absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Qual é a importância de campanhas de conscientização como a “Adote um Ciclo”?
Essas campanhas são fundamentais para aumentar a visibilidade do problema da pobreza menstrual, mobilizar a sociedade e promover mudanças que garantam os direitos das mulheres.

Conclusão

A campanha “Adote um Ciclo”, promovida pelo Instituto Yduqs em parceria com o Instituto Ela, é muito mais do que uma simples arrecadação de absorventes. É um movimento que visa transformar a realidade de muitas mulheres que enfrentam a pobreza menstrual no Brasil. As ações que promovem a conscientização, a solidariedade e o apoio a essas mulheres são essenciais para garantir que todas possam viver com dignidade e tenham acesso às oportunidades que merecem.

A importância de iniciativas como essa não pode ser subestimada. A luta contra a pobreza menstrual é uma luta pela igualdade de gênero, por direitos humanos e pela promoção da dignidade. Ao unirmos nossas forças nessa campanha, não estamos apenas oferecendo produtos; estamos construindo um futuro mais justo e igualitário para todos. Que possamos ser protagonistas dessa mudança, contribuindo para um mundo onde nenhuma mulher tenha que abrir mão de sua dignidade por causa da menstruação.