As Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham um papel essencial na promoção da saúde e no acesso a serviços básicos para a população. Recentemente, uma inovação significativa ocorreu: as UBS passarão a emitir autorizações para a retirada de absorventes do Programa Dignidade Menstrual. Essa iniciativa, que já estava em andamento, busca expandir o acesso a esses itens de higiene menstrual, promovendo à dignidade e à saúde de mulheres em todo o Brasil. A medida foi anunciada pela Secretária de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Ana Luiza Caldas, no lançamento do Fórum de Mulheres na Saúde, e representa um passo importante para a diminuição das barreiras que muitas enfrentam na obtenção de recursos para cuidados menstruais.
Agora, as beneficiárias têm à disposição duas modalidades para obter a autorização: presencialmente nas UBS ou através do aplicativo Meu SUS Digital, aumentando as opções e facilitando o acesso. Com essa mudança, o governo brasileiro demonstra um compromisso ainda mais firme com a saúde pública e com a promoção de políticas que garantam a dignidade menstrual. Neste artigo, vamos explorar em profundidade essa nova política, seu impacto e a importância do Programa Dignidade Menstrual na vida das mulheres brasileiras.
UBS passam a emitir autorização para retirada de absorventes do Programa Dignidade Menstrual
A mudança na política de acesso aos absorventes menstrual é um reflexo do reconhecimento da necessidade de apoio às mulheres em uma questão tão íntima e muitas vezes negligenciada. A proposta do Programa Dignidade Menstrual é garantir que todas as mulheres, independentemente de sua situação financeira, tenham acesso a produtos menstruais essenciais.
Historicamente, a menstruação tem sido um tabu em muitas sociedades, e o Brasil não é exceção. Muitas mulheres enfrentam desafios imensos para lidar com a menstruação, como a falta de recursos para comprar absorventes. Segundo dados do IBGE, uma parte significativa da população brasileira vive na pobreza, e isso se traduz em cortes de despesas essenciais, incluindo produtos de higiene. A iniciativa de permitir que as UBS emitam autorizações é, portanto, uma resposta direta a essa realidade.
Com a nova medida, qualquer profissional de saúde que atua nas UBS, incluindo Agentes Comunitários de Saúde, poderá imprimir autorização para quem se enquadra nos critérios do programa. Isso não apenas torna o processo mais acessível, mas também ajuda na identificação de novas beneficiárias que talvez não soubessem que tinham direito ao benefício.
Impacto da medida na vida das mulheres
O impacto dessa nova política se estende muito além do simples fornecimento de absorventes. A dignidade menstrual é uma questão de saúde pública que afeta a vida de milhões de mulheres. A falta de acesso a produtos de higiene menstrual pode levar a uma série de consequências negativas, incluindo problemas de saúde, absentismo escolar e até mesmo exclusão social.
Nas escolas, por exemplo, muitas meninas enfrentam o constrangimento de não ter como lidar com a menstruação, resultando em faltas às aulas durante o período menstrual. Estudos demonstram que essa situação pode comprometer o desempenho escolar e, com o tempo, reduzir as oportunidades de emprego no futuro. Assim, ao garantir o acesso a absorventes, a sociedade dá um passo em direção à equidade de gênero, permitindo que todas as meninas e mulheres possam participar plenamente da vida escolar e profissional.
Como acessar o Programa Dignidade Menstrual através das UBS
Para acessar o Programa Dignidade Menstrual, as mulheres precisam seguir algumas etapas simples. Primeiro, elas devem se dirigir a uma UBS de sua escolha e, com a documentação necessária, solicitar a autorização para a retirada dos absorventes. Esta simplicidade no processo é uma grande adição, dado que anteriormente a autorização era disponibilizada apenas por meio do aplicativo Meu SUS Digital, o que excluía aquelas que não têm acesso a um smartphone ou à internet.
A escolha de poder solicitar a autorização de forma presencial elimina barreiras digitais e torna o programa mais inclusivo. Os profissionais de saúde nas UBS são treinados para auxiliar as mulheres nesse processo, garantindo que todas tenham a oportunidade de usufruir do benefício.
Desenvolvimento das políticas de saúde menstrual no Brasil
O Programa Dignidade Menstrual é parte de um movimento maior para endereçar as necessidades das mulheres em relação à saúde menstrual. No Brasil, a discussão sobre a menstruação e o acesso a produtos adequados ganhou força nos últimos anos, dando espaço a iniciativas que buscam quebrar tabus e garantir dignidade às mulheres.
As políticas públicas que tratam da saúde menstrual são essenciais para promover uma abordagem holística que reconheça que a menstruação não é apenas um assunto pessoal, mas um problema social que afeta a saúde e o bem-estar de muitas. O empoderamento feminino e a equidade de gênero estão diretamente ligados ao reconhecimento e ao atendimento das necessidades menstruais das mulheres.
Papel do governo e da sociedade civil
O sucesso do Programa Dignidade Menstrual depende não apenas da vontade política do governo, mas também do engajamento da sociedade civil e das organizações não governamentais (ONGs). A pressão da sociedade civil tem sido crucial para que o governo adote medidas que visem atender a questões de saúde que envolvam o cuidado menstrual das mulheres. Iniciativas educacionais e culturais também desempenham um papel importante, ao desmistificar a menstruação e promover uma maior compreensão dos desafios que muitas mulheres enfrentam.
A articulação de redes de apoio pode potencializar a eficácia do programa, garantindo que ainda mais mulheres conheçam seus direitos e os serviços disponíveis. Quando grupos comunitários se unem para apoiar essas iniciativas, o impacto se multiplica, resultando em uma sociedade mais justa.
FAQs
Como posso solicitar a autorização para retirada dos absorventes?
Para solicitar a autorização, você deve se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e levar a documentação necessária para o atendimento.
A autorização pode ser pedida por qualquer pessoa?
Sim, qualquer profissional da UBS, incluindo Agentes Comunitários de Saúde, pode emitir a autorização para as beneficiárias que se enquadram nos critérios do programa.
É possível continuar utilizando o aplicativo Meu SUS Digital para autorizações?
Sim, a opção de solicitar a autorização através do aplicativo permanece disponível para quem prefere essa modalidade.
Quais tipos de absorventes estão disponíveis através do programa?
O Programa Dignidade Menstrual disponibiliza absorventes que atendem às necessidades básicas de higiene durante o período menstrual.
Essa iniciativa é apenas para mulheres em situação de vulnerabilidade?
Embora o programa tenha foco nas mulheres em situação de vulnerabilidade, todas as mulheres que se enquadram nos critérios podem solicitar a autorização.
O que mais está sendo feito para promover a saúde menstrual no Brasil?
Além do Programa Dignidade Menstrual, diversas iniciativas estão emergindo para desmistificar a menstruação e garantir que as meninas e mulheres tenham acesso à educação e produtos de higiene menstrual.
Conclusão
A recente decisão das UBS de emitirem autorizações para a retirada de absorventes do Programa Dignidade Menstrual representa um avanço significativo na luta pela equidade de gênero e pelo reconhecimento da saúde menstrual como um direito fundamental. A medida não apenas facilita o acesso a produtos essenciais, mas também reforça o compromisso do governo brasileiro com a dignidade e a saúde das mulheres.
À medida que avançamos, é crucial que todos nós desempenhemos um papel ativo na promoção desses direitos e na educação sobre a importância da saúde menstrual. Com informação, empoderamento e políticas públicas adequadas, podemos garantir que todas as mulheres tenham acesso ao que precisam para viver com dignidade e saúde.

Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
